Translated to portuguese.
Ele é o mestre de cerimônias reinante do shock-and-roll, um
ex-estudante de arte que se tornou um metal head e diretor de filmes, que
presta atenção no que está acontecendo e no que é popular no horror celuloide.
Como vocalista da banda de Nova York White Zombie, Rob
“Zombie” Cummings fundiu a teatralidade do estranho Alice Cooper e as
habilidades de entretenimento de um filme B com os esmagadores riffs de
guitarra de Al Jourgensen (Ministry) e a batida de clássicos lançamentos do
anos 90 como La Sexocisto: Devil Music Volume One e Astro-Creep 2000. Os hits
“Thunder Kiss ‘65” e “More Human Than Human” rapidamente tornaram-se a parte
mais importante na rádio alternativa e permanecem nas seleções de músicas
pré-show.
Os anos 2000 viram Zombie gravar vários álbuns solo bem
recebidos – incluindo Hellbilly Deluxe e Educated Horses – entre filmes
sangrentos como House of 1000 Corpses, Halloween e o novo Lords of Salem.
Rob e seus guitarristas grotescos são atrações principais no
Rockstar Mayhem Tour deste ano, em apoio ao seu novo álbum, Venomous Rat
Regenaration Vendor. O pacote turístico – em seu sexto ano agora – não vai
parar no Blossom Music Center neste verão, mas o The Cleveland Sound irá mandar
embaixadores para um dos shows na Pensilvânia (seja o do dia 12/07 em
Burgettstown ou o do dia 13/07 em Scranton).
A banda de Rob inclui o guitarrista John 5 (ex-Marilyn
Manson, David Lee Roth), o baterista Ginger Fish (Marilyn Manson) e o baixista
Piggy D (Amen, Alice Cooper) – o qual telefonou para Pete Roche, do The
Cleveland Show, para conversar sobre o
novo disco e a próxima viagem.
The
Cleveland Show: Hey, Piggy! De
onde você está ligando? Los Angeles? Eu soube que vocês têm ensaios
acontecendo.
Piggy D: Sim, todo dia. Nos já estamos há um mês ensaiando as músicas. Nós
temos uma semana e meia, então são ensaios de produção durante uma semana.
TCS: A Rockstar Mayhem Tour começa em dez dias. Alguma banda
na seleção deste ano com a qual você está ansioso para sair em turnê?
Piggy: Sabe, é engraçado. Na última Mayhem Tour eu estava um pouquinho mais
familiarizado com algumas das bandas, e desta vez – pra ser sincero com você –
eu não sou muito familiarizado com ninguém do lineup. Então é meio novo pra
mim. Eu estou ansioso pra ver – espera, eu acho que Five Finger Death Punch
estava no outro ano que a gente estava. Em 2010. Então eu já os vi antes. Mas
eu não vi ninguém mais. Então eu estou animado pra ver o que todo mundo vai
fazer.
TCS: Esse tipo de pacote turístico não é algo novo pro Rob ou pra você, mas você tem alguma preferência sobre tocar em grandes festivais ou em lugares menores? A dinâmica muda pra você?
Piggy: Isso realmente faz a diferença. Eu, pessoalmente, amo os pequenos shows punk. Nós os fizemos no passado, onde tocamos em clubes com capacidade pra 800 pessoas. Eu lembro que tocamos no 9:30 Club em D.C., muitos anos atrás, e é simplesmente lotado. Você não consegue se mover lá, e o teto é misturado com suor. Eu adoro esses shows. Mas eu também adoro os festivais, porque nós tocamos para pessoas que, necessariamente, não estão lá para nos ver. Talvez eles sejam fãs de uma banda do palco secundário, ou eles são fãs da banda de abertura do palco principal, não importa. Então nós temos uma oportunidade de pregar para aqueles que não foram convertidos, sabe? Quando você é a atração principal, num show numa arena, a maioria do pessoal conhece as músicas e eles antecipam momentos no show que podem acontecer. Mas shows em festival são outra coisa, porque eles podem não estar familiarizados com você e ter caras novas. Especialmente num show deste tamanho, onde a gente tem uma enorme produção, nós sentimos que devemos mostrar pra todo mundo a melhor face possível da banda, o melhor show possível que eles podem ter naquele dia. E não é desmerecimento nenhum do resto do pessoal que toca lá, mas é que nós gostamos de fazer as coisas maiores! Então, é uma grande oportunidade para essas pessoas verem o show e nos verem dar o nosso melhor.
TCS: Você teve uma participação no processo de escrita do novo álbum, Venomous Rat Regeneration Vendor.
Piggy: Sim, eu contribuí com uma canção chamada “Lucifer Rising”, que na verdade foi gravada para o último álbum de estúdio, mas por algum motivo – eu acho que Rob não conseguiu descobrir sobre o que ele queria cantar, ou sobre o que a canção era. Então nós a regravamos para o relançamento do último álbum, e foi meio que a mesma coisa. Então três bateristas diferentes tocaram nessa música! Por alguma razão ela nunca ficou bem com outras melodias, e teve uma diferente... Eu acho que ela meio que tem uma vibe old-school. E talvez apenas não fosse a hora certa.
TCS: E agora finalmente encontrou um lar...
Piggy: Sim! Ela se encaixou bem neste álbum e se tornou um das canções otimistas do álbum, e eu acho que ela meio que tem uma antiga vibe White Zombie. De certa forma, é quase um pouco mais punk. Tem atitude. Eu estava ansioso para finalmente vê-la tendo a oportunidade de ser ouvida.
TCS: Com outro álbum do Zombie na manga, vocês têm muito material de onde escolher. Vocês misturarão as novas músicas com muitos clássicos?
Piggy: São setenta minutos cheio de ação. É engraçado, porque você vai a um monte de shows desses e as pessoas pensam “Cara, eu espero que eles toquem por umas duas horas!”. Mas não podemos. Não podemos porque há toques de recolher e caras no convés carregando os caminhões. Nós temos setenta minutos, e é isso. Então nós temos que detonar nesses setenta minutos, o máximo que pudermos. Dito isso, você tem algumas liberdades com o setlist. Esse é provavelmente o setlist mais amplo que já tivemos. Porque nós temos que... nós queremos tocar as músicas do novo álbum. E, se coubesse a nós, tocaríamos o novo álbum completo. Nós aprendemos o álbum agora, então poderíamos fazer isso. O que nunca aconteceu antes. Mas é algo delicado, porque há algumas pessoas lá que só conhecem “Dragula” e “Living Dead Girl”, e há pessoas que podem não ter o novo álbum ainda. Então você tem que satisfazer o pessoal dos velhos tempos e tocar coisas para o pessoal novo, e cobrir todas as bases. Num modo de dizer.
TCS: Rob é tão ligado à produção de palco quanto ele é à música. Como é trabalhar com ele, em relação a trabalhar com Alice Cooper – outro artista visual com o qual você tocou?
Piggy: Rob não gosta da resposta “Não”. Então, se algo não passa pela porta, nós encontramos outra porta [risos]. E eu faço uma aposta e digo que nunca tocarei com alguém que tem brinquedos maiores do que ele tem! E eles são maiores e mais ridículos do que eram antes [risos]. Nós teremos que trazer mais alguns caminhões nessa turnê.
TCS: No passado, vocês tiveram robôs animados eletronicamente...
Piggy: Nós temos coisas que fazem os robôs parecerem nada.
TCS: Então essa turnê é a versão “Círculo de Fogo” de um
show do Rob Zombie. É gigante.
Piggy: Basicamente, sim – é uma boa forma de colocar isso. É exatamente o que
isso é. São apenas coisas para engrandecer as músicas. Cada música se tornou
seu momento especial no show, onde tipo, Deus o livre se você teve que sair
cedo e viu somente cinco músicas, você verá cinco músicas que têm suas
diferentes identidades e se saem umas contra as outras de maneiras diferentes.
Cada uma é o seu momento especial. E tudo isso é planejado; são coisas que nós
pensamos durante meses de antemão.
TCS: Eu sei que você se formou em Inglês na faculdade e se especializou em literatura, mas você é muito criativo em outras áreas também. Você dirigiu curtas metragem, ilustrou capas de álbum... Como você se tornou tão astuto?
Piggy: Eu fui muito abençoado quando era criança porque meus pais eram – meus pais e irmão eram – músicos. Eu cresci com bateria e baixos em casa, então isso estava lá. Mas eu também... o primeiro filme que eu vi no cinema foi Star Wars e eu posso muito bem pôr a culpa de tudo nisso! Porque quando você tem dois anos e você assiste ao filme – e eu realmente me lembro de assisti-lo, o que é estranho – é algo que apenas abre a sua mente. E eu vi outras coisas que crianças de dois anos provavelmente não deveriam ver [risos]! E eu cresci com uma tonelada de suprimento artístico. Minha mãe era pintora e eu cresci cortando cartolina e fazendo... eu era obcecado por monstros quando eu era criança. Eu fazia dúzias de monstros de cartolina e colava pela casa toda, e isso deixava minha mãe louca. Ainda hoje tem fita adesiva nas paredes que não vai sair. Eu tinha cola e marcadores. Tudo que eu precisava, lá no meu quarto. E eu apenas sentava e fazia coisas e assistia filmes. Eu era um viciado em TV e filmes. Eu ainda sou. Eu não tive a chance de conquistar algo. Eu tinha tudo acontecendo ao mesmo tempo.
TCS: Soa como o que muitas crianças fazem – apenas mais
exponencialmente, e isso permaneceu com você.
Piggy: Sim! Eu gosto de fazer coisas ridículas e me divertir. Isso é apenas entretenimento pra mim, entreter a mim mesmo com tudo o que eu faço.
TCS: Eu entendo que você aprecia todos os tipos de música e foi criado numa família bastante musical. Como isso veio a dar suporte na sua carreira musical?
Piggy: Bem, isso foi a outra coisa engraçada. Todo mundo na casa ouvia diferentes coisas. Meu irmão ouvia KISS e Van Halen no quarto ao lado. Minha mãe adorava show tunes. Então eu tinha “My Fair Lady”, “Oklahoma” e “Fiddler on the Roof”. Eu tinha essas gravações – e eu sei cada palavra! Meu pai amava música country e gospel, então eu tinha Johnny Cash e Loretta Lynn, e eu assistia “Hee-Haw” quando eu era criança. Então eu cresci assistindo Roy Clark e Buck Owens. Então eu tinha essas coisas, e quando eu descobri os Ramones, bem então eu soube como segurar as guitarras dos meus pais. Eu ficava tipo “Oh! É isso que você deve fazer com essa coisa! Você não usa isso como uma gravata, você deve usar lá em baixo, abaixo do seu pênis, e detonar isso!”. É como isso aconteceu. Eu ficava tipo “Isso é fácil! Eu posso fazer isso!”. E então eu vi Alice Cooper no palco, e era daquele jeito que musicais e rock and roll e filmes e Broadway se juntam em um. Era tudo com o qual eu cresci. Monstros, tudo, apenas se amontoavam durante uma hora e meia. E eu pensei “Alguém entende isso!”. E o nome dela [risos] é Alice. E daquele dia em diante aquilo era tudo pra mim. Eu sabia o que eu queria fazer.
TCS: Você tem algum baixo favorito, ou você está julgando
instrumentos nesta turnê?
Piggy: Eu continuo tentando diferentes coisas. Eu me senti confortável tocando baixos Fender “P” nos últimos anos, desde que eu estou na banda. Eu estou usando um baixo Hartke agora e um amplificador Kilo – o qual é um amplificador monstro. Eu tenho quatro desses, então é bem barulhento. Mas eu arriscarei com alguns baixos nessa turnê. Eu tenho alguns diferentes corpos e braços (de baixos). Um dos meus novos baixos é uma cruz gigante de cabeça pra baixo.
TCS: Uma pequena diversão em família!
Piggy: [Risos] Sim, você sabe, pelas crianças! Eu gosto de ser astuto artisticamente quando eu posso.
TCS: Vocês fazem a sua própria maquiagem ou – dada a complexidade das próteses facias e das fantasias – vocês têm ajuda de assistentes pra preparem vocês pro show?
Piggy: Nós lidamos com tudo isso sozinhos. Mas temos alguma ajuda com as fantasias nessa turnê. Porque com algumas delas nós realmente estamos ultrapassando os limites, e com o tempo de ensaio passando rápido como está, nós não podemos sentar lá cortando e colando o dia todo. Então nós tivemos que trazer alguma ajuda de fora. As fantasias são apenas outro aspecto do show que estão mais ridículas do que nunca. E – eu não sei como ele faz isso – John 5 parece ficar pronto em cinco minutos. Eu demoro uma hora e meia. É um processo. Eu estou pintando, esculpindo e colando merdas na minha cara. É uma bagunça. E tudo despenca em tipo dez minutos, de qualquer forma.
TCS: Todo o suor e você se mexendo.
Piggy: Sim.
TCS: Eu sei que o KISS costumava fazer a própria maquiagem.
Eles se trancavam numa sala duas horas antes do show e usavam isso como um
ritual de momento de criar vínculo enquanto se transformavam num personagem.
Piggy: Normalmente antes do tempo de duas horas nós estamos trancados numa sala, escutando Rod Stewart e Misfits.
TCS: Uma pequena “Infatuation” com a sua “Attitude” e “We
Are 138”.
Piggy: [risos] Yeah!
TCS: Antes de se despedir, eu queria perguntar sobre seu disco de compilação “Repeat Offender”. Nos último anos, você tem lançado músicas sozinhas, as quais o disco junta num só lugar. Você acha que lançar uma música de cada vez, como você faz, é tipo, o novo modelo viável de negócio para algumas pessoas?
Piggy: Eu acho que se você é um artista estabelecido e você tem uma massiva base de fãs isso é sempre esperar por um álbum completo, então eu acho que faz sentido fazer isso num jeito antigo. Mas, pessoalmente, eu não tenho tempo de sentar e escutar um álbum inteiro de alguém. E eu queria ter, porque eu sou um purista e eu ainda amo vinil e arte de álbum, e eu ainda vou pra lojas de discos todo domingo e compro discos. Mas nós nos tornamos tão ocupados e com a tecnologia – o jeito que ela se torna envolvida – nós precisamos do que nós precisamos, e nós precisamos disso agora, e nós não temos muito tempo pra escutar isso. Então, o que funciona pra mim são singles, e apenas lançar momentos e pequenas experiências que são absorvidas facilmente pelas pessoas. E talvez eu esteja falando demais do que eu quero, mas isso parece ser o que funciona pra mim. Porque fora do Rob, eu sou um artista indie. Eu não tenho uma gravadora. Eu faço tudo sozinho. Então pra mim é mais fácil ir e realmente focar numa música por alguns dias, e fazer aquela música realmente foda, e criar uma peça de arte legal pra acompanhá-la, e fazer dela seu próprio momento. Eu aprecio muito o processo.
TCS: Sim, nesses tempos é tudo baseado numa gratificação instantânea.
Piggy: E com álbuns esses tempos, as pessoas escolhem o melhor das coisas, sabe? Elas vão ouvir uma preview no iTunes e dizer “Oh, isso é legal! Eu vou comprar essa música”. E isso é uma merda, se você é dos velhos tempos como eu. Mas é o jeito que isso ocorre. Então é bom que essa música que eles escolhem seja realmente foda, ou você não venderá o resto do álbum. Então, pra um artista, isso realmente força você a colocar 100% dentro desses três minutos, ou seja, o que for que você estiver fazendo.
TCS: Bem, muito obrigado pelo seu tempo, Piggy! Não tem nenhum show em Cleveland desta vez pelo Mayhem – mas o The Cleveland Sound vai dispensar os nossos emissários pra Pensilvânia pra um desses shows.
Piggy: Legal. E eu acho que nós tocaremos em Columbus em algum momento logo depois do Mayhem. Eu sei que não havia uma data em Cleveland, mas eles adicionaram um show em Columbus. Logo depois que a Mayhem Tour acaba.
TCS: Nós veremos isso e trabalharemos nisso!
Piggy: Legal. Obrigado, cara! Obrigado por ter-me aqui.
Fonte: The Cleveland Sound
Matéria publicada em 24 de junho de 2013
Tradução: Luiza Gomes
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